terça-feira, 21 de abril de 2015

Vencendo o medo da música




Poison Ivy (The Cramps)
Olá, é com imenso prazer que dou início aos trabalhos por aqui. O texto é meio sem pé nem cabeça, mas é por aí mesmo.


Existem muitas músicas boas, que por estarem acompanhadas por uma barreira de sons diferentes, derivadas de experimentos não convencionais, utilizando dos mais variados tipos de instrumentos, e principalmente variando a forma de tocar ou afinar determinado instrumento, nunca chegarão aos tímpanos de pessoas ditas refinadas ou de ouvidos "aguçados" para a música [convencional]. Quem nunca deu de frente com uma pessoa que curte rock mas, torce o nariz só porque a música é um pouco barulhenta, de ritmo diferente ou contém alguma gritaria incomum? E só por isso, deixam de escutar alguma banda ou artista legal (lembrando que é uma questão de gosto, claro). E os piores são aqueles músicos ou produtores conservadores, chatos e "virtuosos" - geralmente gostam da banda Rush (Confesso que já tentei ouvir esse som inúmeras vezes mas, me perdoem a arrogância, é muito chato!) - que na maioria das vezes atrapalham muito a criatividade das bandas em que estão envolvidos. Obviamente você pode estar achando meio confuso, e nesse momento passar pela sua cabeça que eu esteja falando merda, afinal de contas, para a música ser boa tem que haver produção e virtuose, isso é básico - eu concordo, mas desde que a criatividade da banda ou artista não seja afetada por essa ideia meramente técnica. 

Pode soar estranho - e acredite é mesmo - que uma pessoa venha a escutar um som desses, e esse som é verdadeiramente feito por gente "estranha" ou "esquisita" e se você escuta e curte, meu caro leitor, vou te dizer uma coisa, você também é um tanto estranho. E fico feliz se esse for o caso, porque não acredito que isso seja uma coisa ruim, considero que seja apenas diferente, um gosto questionável por pessoas tradicionais ou arcaicas. Mas nada com o que se preocupar, somos pessoas normais.

Quando eu ouvi um disco do Sonic Youth, o "Sister", pela primeira vez, eu achei muito estranho, devolvi ao meu amigo, que havia emprestado sem sequer escutar o lado B do vinil. E depois, fui ouvindo outras coisas que sempre lembravam Sonic Youth ou Velvet Underground, Stooges ou Frank Zappa, e de tanto escutar, e ler sobre como conseguiam arrancar aquela sonoridade, acabei me acostumando, uma vez que a percepção aflorou, os decibéis iam aumentando no amplificador com a mesma intensidade que o Ohms nos alto falantes, até eu encontrar as canções dentro das barreiras sonoras e por vezes lisérgicas.

Eu descobri que escutar esse tipo diferenciado de música, me libertou também do preconceito musical, comecei a escutar Blues e Jazz, e outras coisas que não se rotulam. Bandas como Einstürzende Neubauten, Butthole Surfers, Young Gods, ou o som do Glenn Branca, engrandeceram minha alma e fez de mim um homem melhor. E se estiver nesse caminho a mais tempo, sabe do que estou falando. E boa viagem para quem estiver começando agora.


"No mundo existem mais músicas falando sobre     amor do que sobre qualquer outra  coisa. Se músicas influenciassem as     pessoas, estaríamos nos amando uns aos outros"   Frank Zappa


Alguns bons exemplos de músicas nada convencionais


  Mercury Rev Chasing a bee
                             
Einsturzende Neabauten Armenia

  Butthole Surfers Creep in the Cellar

   Glenn Blanca 1978

 Glenn Blanca (Conduzindo)